domingo, 22 de maio de 2016

Revoltas do Período Colonial Brasileiro



As Revoltas do Período Colonial Brasileiro se dividiram entre interesses nativistas e interesses separatistas.

O Brasil foi colonizado por Portugal a partir de 1500, mas a efetiva exploração do território não começou no mesmo ano. Inicialmente, os portugueses apenas extraíam das terras brasileiras o pau-brasil que era trocado com os indígenas. Na falta de metais preciosos, que demoraram ser encontrados, esse tipo de relação de troca, chamada escambo, permaneceu por algumas décadas. A postura dos portugueses em relação ao Brasil só se alterou quando a ameaça de perder a nova terra e seus benefícios para outras nacionalidades aumentou.

Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em sentido colonial, ou seja, tudo que era produzido em território brasileiro iria para Portugal, a metrópole e detentora dos lucros finais. Esse tipo de relação estava inserido na lógica do Mercantilismo que marcava as ligações de produção e lucro entre colônias e suas respectivas metrópoles. O modelo que possui essas características é chamado de Pacto Colonial, mas as recentes pesquisas de historiadores estão demonstrando novas abrangências sobre a rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus produtos e apresentar seus interesses.

De toda forma, é certo que o tipo de relação entre metrópole e colônia envolveu a prática da exploração. O objetivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possíveis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar era o principal produto produzido, na região Nordeste.

A exploração excessiva que era feita pela metrópole portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a partir do final do século XVII. Neste, ocorreu apenas um movimento de revolta, mas foi ao longo do século XVIII que os casos se multiplicaram. Entre todos esses movimentos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a de tipo nativista e a de tiposeparatista. As revoltas que se encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por conflitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo separatista que pregavam uma independência em relação a Portugal.

Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas,Guerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos.

São revoltas separatistas: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.

A Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos irmãos Manuel e Tomas Beckman. O evento que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Foi a única revolta do século XVII.

A Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusividade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou em conflito entre as partes.

A Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto emPernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.

A Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.

A Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta separatista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros contra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas Gerais independente de Portugal, mas o movimento foi descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo punido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal.

A Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu em 1798. O movimento ocorrido na Bahiapretendia separar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa.

Fontes: Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987.

História



A palavra história tem origem grega e significa conhecimento por meio de uma indagação e deriva de histor: “sábio ou conhecedor”. Alguns estudiosos deram definições diferentes para história, como o filósofo e escritor alemão Johann Gottfried Von Herder, para o qual a história é o estudo do passado, o historiador francês Marc Bloch definiu como sendo a ciência dos homens no transcurso do tempo, já o francês Lucien Febvre define a história como o processo de mudança contínua da sociedade humana.

Para o escritor e lexicógrafo brasileiro, Aurélio Buarque de Holanda, história é a “narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos povos, em particular, e na vida da humanidade, em geral”. Para Sérgio Buarque de Holanda, historiador e sociólogo, “a história é o estudo do que os homens do passado fizeram, da maneira pela qual viviam, das idéias que tinham”.

Tomando como base os conceitos apresentados acima, pode-se deduzir que a História é a soma do estudo dos costumes do passado, com a descrição dos fatos ocorridos, mostrando como era a vida dos povos que vieram antes de nós. Para que isso possa ser feito, é necessário que pessoas especializadas, os historiadores, entrem em cena. Seu trabalho consiste em estudar documentos, registros, vestígios e marcas deixadas pelos povos que viveram no passado.

Os povos do passado não deixaram vestígios com a finalidade exata de orientar os pesquisadores do futuro, mas cada pesquisador, através da análise de documentos e vestígios históricos, cria sua própria versão daquilo que pode ter sido o estilo de vida e a situação de um determinado povo, em determinada época. Os documentos são a principal fonte de informações para qualquer pesquisador, pois trazem relatos de situações cotidianas e especiais, que podem dar uma idéia aproximada de como era a vida dos povos antigos.

Outra forma de buscar a história de determinado povo é através das diversas formas de expressão cultural como contos, lendas e fábulas. São as chamadas fontes orais, nas quais, muitas vezes, ocorre entrevistas com pessoas mais idosas, que tiveram acesso às informações, que passaram de geração a geração.

Grande parte das fontes históricas encontra-se em museus, bibliotecas, igrejas, universidades e galerias de artes. Assim, mesmo o público que não trabalha com história, pode ter acesso às informações que o ajudará a entender, mesmo que de forma simples, como era a vida e os costumes de determinado povo, em determinada época.

Fazer história é buscar informações do passado, para explicar aos povos atuais o que aconteceu, como era o cotidiano das pessoas, o que faziam, o que sabiam e no que acreditavam os povos do passado.

Fonte:
Mota, Myriam Becho. História : das cavernas ao terceiro milênio / Myriam Becho Mota, Patrícia Ramos Braick. – 1ª Ed. – São Paulo: Moderna, 2005.

Camadas da Terra

Os estudos sobre as camadas geológicas da Terra são fundados a partir de perfurações da crosta terrestre, mas sendo assim dos aproximadamente 6370 km de profundidade até o centro da Terra, as escavações só tem acesso aos primeiros quilômetros, sobrando assim à determinação do interior terrestre por auxilio das ondas sísmicas (são ondas que se propagam através das partículas dos elementos sólidos e líquidos que se encontram no interior terrestre), as quais auxiliam no descobrimento das características internas de nosso planeta..
Os terremotos que são captados pelos sismógrafos, quando tem os dados apurados de forma íntegra, são uma rica fonte de dados para a conclusão das hipóteses sobre a constituição interna do globo. Essas leituras nos fornecem dados, por exemplo, sobre a densidade das rochas tanto em estado sólido como quando estão parcialmente fundidas.
planeta Terra se subdivide em três partes principais:crostamanto e núcleo, descobertos através das ondas sísmicas primárias e secundárias.
A camada chamada de crosta é a mais externa do globo sendo constituída de aproximadamente 35 km de espessura em áreas planas e em regiões montanhosas podendo chegar a 65 km. Acredita-se que as áreas continentais assemelham-se aos icebergs, pelo principio de que a maior parte dos continentes esta submersa em um material muito denso, permitindo que assim estes "flutuem" - leia Placas Tectônicas.
manto é a camada de maior extensão, com cerca de 80% do diâmetro terrestre, é parcialmente fundida e grosseiramente homogênea, dividindo-se em manto superior e inferior. Durante os anos de 1965 a 1970 foram realizadas pesquisas a fim de fazer novas e importantes descobertas sobre o interior do globo, e muitas foram feitas baseadas nas ondas do tipo ‘s’ (secundárias).
Assim, foi descoberta a subcamada denominada "litosfera" e "astenosfera". A litosfera é uma camada com cerca de 70 km de espessura que suporta os continentes e as áreas oceânicas com grande velocidade de propagação de ondas sísmicas, sendo responsável pelo processo natural de terremotos. A astenosfera possui aproximadamente 700 km de profundidade que compreende o manto superior, parcialmente fundido permitindo à movimentação das placas rígidas da litosfera, e o manto inferior que compreende o manto até o limite do núcleo.
A terceira e ultima parte do globo terrestre é o núcleo (parte central), que foi sugerida por R. D. Oldham em 1906. É composto principalmente de elementos metálicos como ferro e níquel, descoberta feita através do cruzamento entre informações sismológicas e experimentos laboratoriais. Em 1936, Inge Lehman sugeriu o contato entre o as duas partes que formam o núcleo, o núcleo interno e externo. O núcleo interno é sólido, e o externo está em estado líquido. O movimento circular do material do núcleo externo é que gera o campo magnético da Terra. infoescola